Cecilia e uma amiga de escola chegaram cantando a música da minhoca. Aqui em casa já havia uma música da minhoca com direito, inclusive, a minhoquinhas desenhadas nos dedinhos: é a das ginastiquinhas. Cecilia adora e eu tenho de contar muitas vezes muitas minhocas.
Mas agora havia uma nova música no repertório:
Minhoca, minhoca
Me dá uama beijoca
Não dou, não dou
Então eu vou roubarMinho, minhoco
Você é mesmo louco
Beijou do lado errado
A boca é do outro lado
Oras, aqui não. Sei que pareço – sou – uma chata de galochas (vermelhas, plis), mas algumas coisas não dá pra deixar passar, como essa: a naturalização, no cancioneiro infantil, de que beijo roubado pode.
E foi assim que, aqui em casa, o minhoco não foi mandado àquele lugar (ainda), mas aprendeu uma lição:
Minhoca, minhoca
Me dá uama beijoca
Não dou, não dou
E não pode roubar
Não é não. Desde os dois anos.