“Eu sou uma princesa. Todas as garotas são! Mesmo se elas vivem em velhos porões, se vestem trapos, mesmo que elas não sejam lindas, espertas ou jovens, elas ainda são princesas – todas nós!”
Alfonso Cuarón dirigiu A Princesinha em 1995, portanto há 20 anos, a versão verde, mágica (e imperdível), do livro de Frances Hordgson Burnett de 1905. Desde que vi e revi inúmeras vezes o filme, primeiro em VHS, depois na Sessão da Tarde, hoje em DVD ou no computador, tem sido um de meus mais queridos filmes infantis.
Porque apresenta a única versão de realeza que me interessa: as princesas reais.
As princesas especiais, filhas de pais que as consideram únicas em suas fraquezas, falhas e em suas belezas. As princesas que reinam nos mundos de faz-de-conta de todas as noites de história, mesmo que não usem coroas, que vistam pijamas rasgados, tenham remela no olho, não tirem notas altas. As meninas que já não o são.
As que são princesas apesar de tudo que poderia torná-las ordinárias, mas são especiais pelo afeto, pelo encanto. Por serem donas de suas histórias e não precisarem de resgate.
É essa a princesa que quero para Cecilia. Não a princesa que sente a ervilha nas costas, mas a que tem a graça de não se importar onde dorme e agradece por ter um teto.
A princesa que ama o pai (o livro/filme é uma elegia à relação de pai e filha).
A princesa que lê!
Tenho o filme, aqui, guardado para ver com Cecilia ao meu lado comendo pipoca e vendo esses laços de amor entre pais e filhas, entre meninas. Tenho o livro à espera de que ela leia.
Meninas reais, princesas, realeza.